CAPÍTULO VINTE E
CINCO
PATRIMÔNIO GUIA
LOPES À DISTRITO DE PAZ DE GUIA LOPES DA LAGUNA
1 Introdução: Elevado a Categoria de Distrito
de Nioaque 1948/1953
O termo Distrito de Paz representa
uma circunscrição territorial em que se exerce a jurisdição de autoridade
administrativa, fiscal, policial, judicial. É também uma subdivisão
administrativa de um município. Esta subdivisão estava motivada por vários
fatores que possibilitavam a alteração na sua autonomia, nos seus limites, de
comandada para comandante:
¨ Extensão
territorial;
¨ Segurança;
¨ Forças políticas
atuantes;
¨ Importância
geográfica e econômica;
¨
Renda da
população;
¨ Número de
habitantes;
¨ Número de
eleitores;
¨ Conveniências
administrativas.
Vista aérea da
cidade de Guia Lopes da Laguna – Mato Grosso do Sul – 1999
Figura 01 Arquivo do autor
Nos anos de 1937 estavam
acantonados em Guia Lopes da Laguna Primeira Companhia Do Quarto Batalhão de Sapadores1.
Em 12 de Fevereiro de 1938
organizou-se ata para criação do Patrimônio de Guia Lopes.
Em 26 de Fevereiro de 1938, José
Francisco Lopes comunica oficialmente ao Interventor Federal no Estado de Mato
Grosso e ao Presidente da República do Brasil, Getulio Vargas, sobre a decisão
da fundação do Patrimônio de Guia Lopes.
Há 19 de Março de 1938, após a Missa
foi assinada por todos os presentes a Ata Oficial da Fundação do Patrimônio ou
Povoado de Guia Lopes e escolhido o Padroeiro, o Santo, São José.
Em
5 de Junho de 1938, as autoridades militares que organizarão a fundação
do Patrimônio de Guia Lopes, realizaram a transferência do mesmo às autoridades civis de Nioaque, uma vez que
esta área pertencia ao Município de Nioaque.
Em
5 de Julho de 1939, José Francisco
Lopes, esteve em Nioaque e registrou a doação de 20 hectares para a Prefeitura
Municipal de Nioaque, a fim de sediar o
Povoado de Guia Lopes.
Em 1943, como parte do município
de Nioaque, passou a integrar o
Território federal de Ponta Porã, por força do Decreto Lei Federal n.º 5.839 de
21 de setembro, sendo nessa situação, elevado a Distrito de Paz, pela Lei n.º 9 055 de 12 de março de 1946.
De conformidade com o que
determina o Ato das Disposições Constitucionais Transitórias foi reincorporado
ao Estado de Mato Grosso a 18 de setembro de 1946, com a extinção daquele Território Federal.
Segundo Elpídio Reis2 “o Território Federal de Ponta
Porã representava matéria da mais alta importância política para Mato Grosso e
evidentemente para o Brasil. É que a extinção do Território fez reacender a
chama no coração dos que desejavam a separação de Mato Grosso em dois Estados,
o que acabou acontecendo”.
Em 13 de setembro de 1943, então
presidente do Brasil Getulio Vargas, houve por bem criar cinco territórios
federais, sendo dois em território mato-grossense, o de Ponta Porá e o de
Guaporé3.
O Território de Ponta Porá passou a ser constituído pelos Municípios e
distritos: Nioaque, Dourados, Miranda, Maracaju, Porto Murtinho, Bela Vista e
Ponta Porã, a Capital.
Como governador do Território
Federal de Ponta Porã foi nomeado o
Coronel Ramiro Noronha.
1 Local
próximo à saída para Jardim, estrada velha, lado esquerdo.
2 Apud José
Barbosa Rodrigues, História de Mato Grosso do Sul, 1985, p.153.
3 Guaporé,
atual Estado de Rondônia. Os demais territórios foram Amapá, Rio Branco e
Iguaçu.
Mapa ao lado mostra a posição de Guia
Lopes da Laguna em relação ao Estado de Mato Grosso e a sua Capital Cuiabá no
ano de 1953, quando se deu a criação do Município. – Figura 02, Original do
IBGE, copia do autor 1981
No
ano de 1946, com a promulgação da nova Constituição do Brasil, esta trouxe no
artigo oitavo das Disposições Transitórias a extinção do Território, voltando a
sua área a integrar o estado de Mato
Grosso.
A sua ereção a Distrito de Paz, na
organização judiciária de Mato Grosso, foi efetivada pela Lei Estadual número
140 de 30 de setembro de 1948, com o
nome de Guia Lopes da Laguna, figurando, como tal, na divisão
territorial vigorante no qüinqüênio de 1949-1953.
Na data da criação do Distrito de
Paz e depois Município, Guia Lopes da Laguna,
localiza-se na região sul do Estado, então Mato Grosso, pertencente à
zona Fisiográfica da Grande Baixada do Paraguai, encravada entre a serra de Maracaju e o Rio Miranda.
Segundo registros climatológicos, o
clima era classificado como Tropical úmido. Em 1955 foram registradas como temperaturas,
máxima de 38,0 graus e a mínima de 0,5 (meio grau positivo). Cujo período das
chuvas, apresentavam-se entre os meses de novembro a abril.
Registra-se que a área do município
era de 1510 Km², ocupando 0,12% da extensão territorial do Estado de Mato
Grosso, classificado como o 55º lugar entre os municípios mato-grossenses,
seguindo-lhe apenas quatro comunas, com menores superfícies, conforme a tabela
seguinte:
Municípios
|
Área
|
%
em relação ao território mato-grossense
|
Guia
Lopes da Laguna
|
1.510
Km²
|
0,12%
|
Itaporã
|
1.010
Km²
|
0,08%
|
Nortelândia
|
845
Km²
|
0,06%
|
Várzea
Grande
|
660
Km²
|
0,05%
|
Ladário
|
265
Km²
|
0,02
%
|
Fonte:
IBGE, 1955, Enciclopédia dos Municípios.
A criação do Distrito de Paz de Guia
Lopes da Laguna, de acordo com a nova reintegração do Território Federal de
Ponta Porã ao Estado de Mato Grosso, foi oficialmente normatizada pela Lei n.º
140/48, Diário Oficial de 6 de outubro de 1948.
2.
A seguir a Lei que criou o Distrito de Guia Lopes da Laguna:
ESTADO DE MATO
GROSSO
ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA
Lei
N.º 140 de 30 de setembro de 1948
Cria o Distrito de Paz de Guia
Lopes da Laguna, situado no município de Nioaque.
O
GOVERNADOR DO ESTADO DE MATO GROSSO:
Faço
saber que a Assembléia Legislativa do Estado decreta e eu sanciono a seguinte
lei:
Artigo 1º - Fica criado o Distrito
de Paz de Guia Lopes da Laguna, situado no município de Nioaque, com os
seguintes limites:
Partindo da foz do córrego Ariranha
no rio Miranda, seguindo pelo córrego Ariranha acima até sua cabeceira; daí
pelo divisor das águas dos rios Nioaque e Miranda, até a serra do Amambaí,
seguindo daí pela referida serra até
alcançar as nascentes do rio Miranda, seguindo por este abaixo até a foz do
córrego Ariranha, ponto de Partida.
Artigo 2º - Revogam-se as disposições
em contrário.
Palácio Alencastro, em Cuiabá, 30 de
setembro de 1948, 127º da Independência e 60º da República.
Arnaldo Estevão de Figueiredo
Civis Muller da Silva Pereira.
Fotografia
ao lado
uma
reunião política realizada no ano de 1948, local em frente a atual loja Pedra
Materiais para Construção, tendo ao centro o Sr. Laucídio Grubert (Fazendeiro)
e Deoclides Machado (Juiz de Paz).
Figura
03, Arquivo e cópia do autor
3 Memórias da Educação5 – Escolas, professores, autoridades, imagens
No início da década de 1950 em virtude do sistema de
ensino e processo de contratação dos professores, e mesmo as distância com
Aquidauana e Cuiabá, obedecia um ritual mais ou menos assim:
Termo
de Posse e compromisso
Aos trinta e um dias do mês de Março do ano de mil
novecentos e cincoenta e um no recinto do prédio onde funcionam as Escolas Reunidas Visconde
de Taunay neste Patrimônio de Guia Lopes da Laguna, compareceu a senhorita
Dalva Fernandes de Arruda, nomeada
professora destas Escolas Reunidas, por
decreto de 31 – 3 – 951 do
corrente ano do Exmo. Snr. Governador do
Estado, munida de atestado de saúde
fornecido pelo Dr. José Joaquim Monteiro de Castro, prestou, perante a
Snrª. Diretora, professôra deste estabelecimento de ensino, o compromisso de
bem e fielmente cumprir com seus deveres
funcionais, tomando posse do referido cargo.
Preenchida as formalidades legais, vai o presente
termo assinado pela recém nomeada e pela Snrª.
Diretôra, bem como pelas demais professôras e por mim servindo de secretária ad-hoc.
Diretoria
das Escolas Reunidas, em Guia Lopes da Laguna, 31 de março de 1951.
Dalva
Fernandes de Arruda
Isaura Guimarães
Mauro
Resstel
Beyl
Barbosa Vargas
Antônia
Pinto Lopes
_______________________
O presente livro registra os nomes das seguintes
pessoas, sempre obedecendo o mesmo modelo do termo de posse e compromisso
descrito.
a)
13 de março de 1950, a posse da professora Antonia
Pinto Lopes, com a presença de Isaura Guimarães, Mauro Resstel e Acácia Barbosa.
b)
5 de junho de 1951, a nomeação da professora Hilda
Maria Trefzger, com a presença de Antonia Pinto Lopes, Antonio Oliveira Flores,
Acácia Barbosa, Dalva Fernandes de Arruda.
c)
18 de abril de 1952, a posse do porteiro Continuo
Luiz Weis Cavalheiro, com a presença de
Izaura Guimarães, Antonio Oliveira Flores, Antonia Pinto Lopes, Dalva Fernandes
de Arruda
___________________________
Termo de posse e compromisso
“Aos vinte e um dias
do mês de Agosto do ano de mil novecentos e cincoenta e dois, no recinto do
predio onde funciona as Escolas Reunidas Visconde de Taunay, neste Distrito de
Guia Lopes da Laguna, compareceu o Snr. Jorge Sebastião Honorato Rodrigues
professôr primario , para exercer o cargo de
Diretor desta Escola, nomeado por Decreto de 9 do corrente mês , do
Exmo. Snr. Governador do Estado, munido do atestado de saude, oferecido pelo
Dr. José Joaquim Monteiro de Castro.
Provou estar quites com o serviço militar. Na presença do Snr. Diretor Escolar deste
Municipio, Snr. Prefeito Municipal, Snr Coletôr Estadual e demais presentes
abaixo relacionados com migo, prestou o compromisso de bem e fielmente cumprir
com os seus deveres funcionaes, tomando
posse do referido cargo. E para
constar, eu Severino Felix da Silva, escrivão ad-hoc, lavrei a presente ata em
vinte e um de agosto de mil novecentos e cincoenta e dois.
No início da década de 1950 em virtude do sistema de
ensino e processo de contratação dos professores, e mesmo as distância com
Aquidauana e Cuiabá, obedecia um ritual mais ou menos assim:
Termo
de Posse e compromisso
Aos trinta e um dias do mês de Março do ano de mil
novecentos e cincoenta e um no recinto do prédio onde funcionam as Escolas Reunidas Visconde
de Taunay neste Patrimônio de Guia Lopes da Laguna, compareceu a senhorita
Dalva Fernandes de Arruda, nomeada
professora destas Escolas Reunidas, por
decreto de 31 – 3 – 951 do
corrente ano do Exmo. Snr. Governador do
Estado, munida de atestado de saúde
fornecido pelo Dr. José Joaquim Monteiro de Castro, prestou, perante a
Snrª. Diretora, professôra deste estabelecimento de ensino, o compromisso de
bem e fielmente cumprir com seus deveres
funcionais, tomando posse do referido cargo.
Preenchida as formalidades legais, vai o presente
termo assinado pela recém nomeada e pela Snrª.
Diretôra, bem como pelas demais professôras e por mim servindo de secretária ad-hoc.
Diretoria
das Escolas Reunidas, em Guia Lopes da Laguna, 31 de março de 1951.
Dalva
Fernandes de Arruda
Isaura Guimarães
Mauro
Resstel
Beyl
Barbosa Vargas
Antônia
Pinto Lopes
_______________________
O presente livro registra os nomes das seguintes
pessoas, sempre obedecendo o mesmo modelo do termo de posse e compromisso
descrito.
a)
13 de março de 1950, a posse da professora Antonia
Pinto Lopes, com a presença de Isaura Guimarães, Mauro Resstel e Acácia Barbosa.
b)
5 de junho de 1951, a nomeação da professora Hilda
Maria Trefzger, com a presença de Antonia Pinto Lopes, Antonio Oliveira Flores,
Acácia Barbosa, Dalva Fernandes de Arruda.
c)
18 de abril de 1952, a posse do porteiro Continuo
Luiz Weis Cavalheiro, com a presença de
Izaura Guimarães, Antonio Oliveira Flores, Antonia Pinto Lopes, Dalva Fernandes
de Arruda
___________________________
Termo de posse e compromisso
“Aos vinte e um dias
do mês de Agosto do ano de mil novecentos e cincoenta e dois, no recinto do
predio onde funciona as Escolas Reunidas Visconde de Taunay, neste Distrito de
Guia Lopes da Laguna, compareceu o Snr. Jorge Sebastião Honorato Rodrigues
professôr primario , para exercer o cargo de
Diretor desta Escola, nomeado por Decreto de 9 do corrente mês , do
Exmo. Snr. Governador do Estado, munido do atestado de saude, oferecido pelo
Dr. José Joaquim Monteiro de Castro.
Provou estar quites com o serviço militar. Na presença do Snr. Diretor Escolar deste
Municipio, Snr. Prefeito Municipal, Snr Coletôr Estadual e demais presentes
abaixo relacionados com migo, prestou o compromisso de bem e fielmente cumprir
com os seus deveres funcionaes, tomando
posse do referido cargo. E para
constar, eu Severino Felix da Silva, escrivão ad-hoc, lavrei a presente ata em
vinte e um de agosto de mil novecentos e cincoenta e dois.
No início da década de 1950 em virtude do sistema de
ensino e processo de contratação dos professores, e mesmo as distância com
Aquidauana e Cuiabá, obedecia um ritual mais ou menos assim:
Termo
de Posse e compromisso
Aos trinta e um dias do mês de Março do ano de mil
novecentos e cincoenta e um no recinto do prédio onde funcionam as Escolas Reunidas Visconde
de Taunay neste Patrimônio de Guia Lopes da Laguna, compareceu a senhorita
Dalva Fernandes de Arruda, nomeada
professora destas Escolas Reunidas, por
decreto de 31 – 3 – 951 do
corrente ano do Exmo. Snr. Governador do
Estado, munida de atestado de saúde
fornecido pelo Dr. José Joaquim Monteiro de Castro, prestou, perante a
Snrª. Diretora, professôra deste estabelecimento de ensino, o compromisso de
bem e fielmente cumprir com seus deveres
funcionais, tomando posse do referido cargo.
Preenchida as formalidades legais, vai o presente
termo assinado pela recém nomeada e pela Snrª.
Diretôra, bem como pelas demais professôras e por mim servindo de secretária ad-hoc.
Diretoria
das Escolas Reunidas, em Guia Lopes da Laguna, 31 de março de 1951.
Dalva
Fernandes de Arruda
Isaura Guimarães
Mauro
Resstel
Beyl
Barbosa Vargas
Antônia
Pinto Lopes
_______________________
O presente livro registra os nomes das seguintes
pessoas, sempre obedecendo o mesmo modelo do termo de posse e compromisso
descrito.
a)
13 de março de 1950, a posse da professora Antonia
Pinto Lopes, com a presença de Isaura Guimarães, Mauro Resstel e Acácia Barbosa.
b)
5 de junho de 1951, a nomeação da professora Hilda
Maria Trefzger, com a presença de Antonia Pinto Lopes, Antonio Oliveira Flores,
Acácia Barbosa, Dalva Fernandes de Arruda.
c)
18 de abril de 1952, a posse do porteiro Continuo
Luiz Weis Cavalheiro, com a presença de
Izaura Guimarães, Antonio Oliveira Flores, Antonia Pinto Lopes, Dalva Fernandes
de Arruda
___________________________
Termo de posse e compromisso
“Aos vinte e um dias
do mês de Agosto do ano de mil novecentos e cincoenta e dois, no recinto do
predio onde funciona as Escolas Reunidas Visconde de Taunay, neste Distrito de
Guia Lopes da Laguna, compareceu o Snr. Jorge Sebastião Honorato Rodrigues
professôr primario , para exercer o cargo de
Diretor desta Escola, nomeado por Decreto de 9 do corrente mês , do
Exmo. Snr. Governador do Estado, munido do atestado de saude, oferecido pelo
Dr. José Joaquim Monteiro de Castro.
Provou estar quites com o serviço militar. Na presença do Snr. Diretor Escolar deste
Municipio, Snr. Prefeito Municipal, Snr Coletôr Estadual e demais presentes
abaixo relacionados com migo, prestou o compromisso de bem e fielmente cumprir
com os seus deveres funcionaes, tomando
posse do referido cargo. E para
constar, eu Severino Felix da Silva, escrivão ad-hoc, lavrei a presente ata em
vinte e um de agosto de mil novecentos e cincoenta e dois.
5 Livro de
Termo de Posse e Compromisso Anos 1950 à 1957. Sob a guarda do Arquivo da
Escola Estadual Salomé de Melo Rocha.
Termo de Posse e Compromisso nesta época equivaleria se aprovada pela
autoridade, somente assim viria a contratação – Figura 04 – cópia arquivo do
autor, original extraído do antigo livro das Escova Visconde ]de Taunay , arquivado na EE Salomé de Melo Rocha
Antonio de Oliveira Flores
Jorge Sebastião Honorato Rodrigues
Marcelino Lessonier
Severino Felix da Silva.”
Mauro Resstel
Ataliba Souza Dias
Fotografia do ano de
1940, destaques: a Esquerda a
Igreja de São José e a Direita a Primeira Escola Pública Estadual “Visconde de Taunay” de Guia Lopes da Laguna, que se
localizava, no local do atual Salão Paroquial. Os limites das
respectivas área eram demarcada por arame farpado. Esta proteção era por conta dos animais que vinha entravam e pisoteavam
sobre as plantas e deixavam sua fezes
expostas no local. A Praça era ainda um
campo limpo. Quem Iniciou as primeiras plantações
de plantas ornamentais foi a professora Celia doNascimento. Figuras 05 e 06
5.
Informações7 Guia Lopes da Laguna no
contexto do Município de Nioaque entre 1937 – 1953
|
A
Fundação da Cidade de Guia Lopes da Laguna, com a denominação de “Patrimônio
Guia Lopes” ocorreu em
terras que pertenciam ao Município de
Nioaque. Portanto, todos os
acontecimentos que antecederam o dia 19 de março de 1938 e entre 19 de março de
1938 e 11 de dezembro de 1953 dizem respeito a História de Nioaque. A partir de 11 de dezembro de 1953 inicia a
história Política e econômica própria do Município e cidade de Guia Lopes da Laguna.
Assim,
alguns acontecimentos relativos a Guia
Lopes da Laguna estão contidos na História de Nioaque e será dos Livros de Atas
da Câmara Municipal de Vereadores que foi extraído algumas informações tratadas
pelos então vereadores ou Prefeito Municipal.
No ano de 1937, quando os
militares da antiga CER/3 - Primeira Companhia Do Quarto Batalhão de Sapadores, estão acampados nas terra a margem direita do Miranda, próximo ao atual
Posto Mariely, saída para Jardim, pela antiga estrada da Ponte Velha, o Governo
Federal, Dr. Getulio Vargas, intervem nas Forças Publicas Estaduais (15 de
Outubro). É o conhecido Golpe do
“Estado Novo”, são canceladas as eleições presidenciais de 1938 e entra em
vigor a Constituição de 1937, redigida no ano anterior por Francisco de Campos
(10 de novembro). Fica proibido o
funcionamento dos Partidos Políticos. O
País, o Estado e o Município passam a ser governados através de Decretos Leis. É extinto,
7 Informações
contidas nos livros de Atas da Câmara Municipal de Nioaque 1937/1953– Consultas realizadas pelo autor no
ano de 1985.
ou
melhor o Poder Legislativo deixa de Funcionar.
É por esta razão que durante o Governo do Prefeito Antonio de Oliveira
Flores, não há vereadores e deste modo deixa de existir o Poder Legislativo
Municipal.
No
dia 14 de Dezembro de 1937 o cidadão Antonio de Oliveira Flores era nomeado
Prefeito Municipal de Nioaque, publicado na Gazeta Official de 04.12.1937 –
Diário do Poder Executivo – Período Governamental do Interventor Federal, Exmo.
Sr. Bel. Julio Stribing Muller, Ato nº 175, Palácio do Governo do Estado, em
Cuiabá, perante o MM. Juiz de Direito da Comarca de Nioaque, Dr. Rassis Giordono.
No
dia 3 de maio de 1938, logo após a fundação oficial do Patrimônio de Guia
Lopes, no salão nobre da Prefeitura Municipal de Nioaque, na presença de
autoridades civis e militares e pessoas da comunidade, foi feito a inauguração
do retrato do Exmo. Presidente da República do Brasil, Dr. Getulio Vargas,
sendo Secretário Municipal o Senhor Dario Pires Peixoto.
No
dia 05 de Junho de 1938, registra a participação das autoridades do Município
de Nioaque, na fundação do marco histórico da cidade de Guia Lopes.
No
dia 8 de dezembro de 1938, nesta data, em sessão cívica foi comemorado o dia do
funcionário público, municipal, estadual e federal, homenagem prestado no Paço
da Prefeitura Municipal, conforme o Teor do telegrama do Exmo. Interventor
Federal no Estado:
“Cuiabá
nº 3.200 fls 661 data 05 horas 20
Prefeito Municipal Nioaque – 828
Tenho satisfação convidar vos deveis promover
festiva comemoração dia 08 corrente data ora consagrada Funcionário Publico pts
solenidade deverá efetuar se 15 horas 30 minutos vg hora em que realizará
idêntico festejos Capital Federal vg sob presidência Republica que recomenda
todo interesse cívico aludida comemoração pt coord Adj.
F.
Muller Interventor Federal”
No dia
01 de Janeiro de 1939, registra a Ata da sessão solene inaugural do Quadro
territorial da República no qüinqüênio de 1939 a 1943, realizada na cidade de
Nioaque do estado de Mato Grosso.
“Ao
primeiro dia de Janeiro de mil novecentos e trinta e nove, no edifício do Paço
Municipal, nesta cidade de Nioaque do estado de Mato Grosso, sob a Presidência
do Senhor Alziro Lopes , 1º Juiz de Paz, na forma
da lei, reuniram-se em sessão solene as autoridades e pessoas gradas abaixo
assinadas, com numerosa assistência popular para o fim de declarar efetivamente
em vigor para todos os efeitos a partir desta data até trinta e um de dezembro
de mil novecentos e quarenta e três o
novo Quadro Territorial da República fixado para o Estado pelo Decreto Lei nº
208 de 26 de outubro de 1938 na conformidade das normas gerais firmada pela lei
orgânica nacional nº 311 de 02 de março do mesmo ano na parte referente as
circunscrições que tem por sede esta cidade.
Aberta a sessão e de pé, toda a assistência, foi cantando o Hino
Nacional, seguindo uma vibrante salva de
palmas, o Senhor Presidente, ainda em pé, a assistência pronunciou, em voz
alta, forte e pausada as seguintes palavras inaugurais:
“Na
forma da lei e de acordo com o rito previsto, tenho em mim a salvaguarda honra
juridica dos interesses do povo, o resguardo da
tradição histórica na Nação e a solenidade que deve unir todos os brasileiros
em torno dos ideais superiores de uma Pátria uma e indivisível, bem organizada,
para bem defender e progressista para fazer a felicidade dos seus filhos, eu 1º
Juiz de Paz, em nome do Governo do Estado, declaro confirmada para todos os
efeitos no Quadro Territorial desta Unidade da Federação Brasileira, segundo o
dispositivo da lei Orgânica Federal, nº 311 de 21 de março de 1938 e nos
Decretos Leis Estadual nºs. 145 e 208 respectivamente de 29 de março de 1938 e
26 de outubro do mesmo ano, todas as circunscrições que tem por sede esta
localidade, que conserva os foros de cidade, assim fique registrado na História
Pátria para conhecimento de todos os Brasileiros e perpetue lembranças nas
gerações vindouras, honra ao Brasil uno e
indivisível.
Paz ao Brasil! Rico e Forte.
Glória ao Brasil, desejoso do bem e do Progresso nos melhores
sentimentos de solidariedade humana.
Três
prolongadas salvas de palmas aplaudiram os festejos, o momento em que entrou em
vigor o novo quadro territorial exprimindo ao mesmo tempo solidariedade ao alto pensamento da forma ritual pronunciada,
sentando a seguir a mesa e toda assistência.
O senhor Presidente deu a palavra ao senhor João Siqueira, Adjunto do
Promotor, que proferiu alusiva alocução aos fins e ao sentido da solenidade,
sendo calorosamente aplaudido. O
senhor presidente, a seguir agradeceu a
assistência o seu comparecimento, cuja ato significativo cívico enaltece, declarando
encerrada a sessão a ouvirem a leitura da Ata a qual depois de lida, foi
assinada pelo presidente e pelas demais autoridades e pessoas gradas. Eu Dario Pires Peixoto, Secretario Municipal, funcionário como secretário
ad-hoc, escrevi esta Ata e li ao termo da sessão solene, cuja realização aqui
se registra. (assinaturas)”
Dia
15 de Novembro de 1939, ato da sessão cívica em homenagem ao cinqüentenário da
Proclamação da Republica do Brasil – 1889 – 1939. Com a presença:
Prefeito Municipal, Antonio de Oliveira Flores;
juiz de Paz, Alziro Lopes;
Coletor Estadual, Policarmo da Costa Lima;
Diretor das Escolas
Reunidas, Francisco Augusto de Aguiar Pimenta;
Delegado de policia , Tenente Ramão de Campos Maciel
Promotor Adjunto de Justiça, João Siqueira
Pedro Xavier e Zeno Resstel.
Disse
o presidente da mesa “ que o Excelentíssimo Senhor Presidente da República, Dr.
Getulio Vargas, querendo que os nomes do Marechal Deodoro, Benjamin Constant,
Floriano Peixoto e Quintino Bocaiúva, sejam nesta data gloriosa, sejam dados as
ruas e Praças de todos os Municípios do Brasil, foi por despacho telegráfico nº
10 – 10/39 do Senhor Ministro da Justiça
e Negócios Interiores, ao Senhor Interventor
Federal, que mandou transmitir por cópia aos senhores prefeitos, feito
tal recomendação, que levou a baixar uma resolução, mudando o nome de diversas
ruas, desta cidade. Então lido o
despacho a circular do Senhor Secretario Geral do Estado que o acompanha a
resolução municipal nº 12 que dá execução a mesma.”
No
Patrimônio de Guia Lopes, duas ruas receberam esta homenagem: as ruas Floriano
Peixoto e a Marechal Deodoro, no centro
da cidade.
No
dia 10 de Novembro de 1941, realizou-se a comemoração ao aniversário do Estado
Novo, Dr. Getulio Vargas – Presidente da República do Brasil.
No
Patrimônio de Guia Lopes, a rua principal
que dava acesso a cidade no sentido de quem vinha de Nioaque, recebeu no
nome de Presidente Vargas, hoje, Avenida Presidente Vargas, Homenagem ao
Presidente do Brasil Dr. Getulio Vargas.
No
dia 26 de Novembro de 1941, foi nomeado o Senhor Antonio Francisco Xavier para
o Cargo de Prefeito do Município de Nioaque, ato nº 4.138, pelo Interventor
Federal no Estado de Mato Grosso Julio Strinbing Muller.
“Aos
vinte e seis dias do mês de novembro de
mil novecentos e quarenta e um, as catorze horas, no edifício da Prefeitura
Municipal desta cidade, presente o Senhor Juiz de Paz em exercício, João
Siqueira e comigo Dario Pires Peixoto, Secretário Municipal, autoridades e
demais pessoas gradas. Teve lugar a
posse do Cidadão Antonio Francisco Xavier ao cargo de Prefeito Municipal deste
Município, pelo qual fora nomeado por Ato nº 4.138, do Exmo. Sr. Interventor
Federal no Estado, Julio Strinbing Muller, pelo MM. Juiz de Paz em Exercício,
Senhor João Siqueira, foi declarado ao cargo de Prefeito Municipal, Senhor
Antonio Francisco Xavier. Nada mais havendo a tratar, foi encerrado o
presente ato, do qual eu Dario Pires Peixoto, lavrei esta. (Ass. Dario Pires
Peixoto)”
6 Território
Federal de Ponta Porã
No
dia 13 de setembro de 1943, o Município de Nioaque, incluindo o Patrimônio de
Guia Lopes da Laguna, deixaram de fazer parte do Estado de Mato Grosso e foram
incorporado ao Território Federal de Ponta Porã, quando então era Presidente da
República do Brasil Dr. Getulio Dornelles Vargas.
“Na
noite9 de 13 de setembro de 1943, o rádio trouxe-nos a alvissareira
notícia da criação de cinco Territórios
no País, entre os quais o de Ponta Porã.
Cinco
dias depois, a notícia se confirmava com
a chegada de jornais do rio de Janeiro, trazendo nas suas colunas o Decreto nº
5.812 daquela data, que os criou, sendo que o de Ponta Porã ficava delimitado
pelos rios Estrela, Paraguai, Miranda,
Brilhante, Ivinheima, Paraná e as Serras de Maracaju e Amambaí.
No
dia 21 de setembro de 1943 outro Decreto Lei vinha a ser publicado o de nº
5.839, dispondo sobre a administração dos Territórios criados e mandando que continuassem em vigor, nas zonas
constituídas pelos mesmos, as leis, os decretos, os regulamentos, as portarias,
as resoluções e as decisões dos governos
dos Estados e dos Municípios a que pertenciam antes em tudo o que não
fosse contrário a Constituição e as Leis
Federais, até que fossem revogadas por quem de direito.
A 5
de janeiro de 1944, o Coronel Ramiro Noronha, foi nomeado Governador do
Território Federal de Ponta Porã, chegando ele para entrar no exercício das
suas funções, à cidade que deu nome ao Território, a 31 do mesmo mês de
janeiro, tendo antes a 28, estado em Campanário, onde se achava o eminente
Presidente da República, em visita àquele estabelecimento.
Assumindo
as rédeas do governo no mês seguinte, 15 de fevereiro, o governo Noronha,
partiu em visita a todos os Municípios do Território e de Porto Murtinho,
seguindo depois para o rio de Janeiro, a fim de apresentar o seu relatório,
sobre as necessidades do mesmo ao Exmo.
Sr. Presidente da República, onde se demorando quatro meses, só regressou a
Ponta Porã no dia 24 de Julho.
No
dia 18 de setembro de 1944, é publicado o Decreto nº 01 do Território, pelo
qual a sua administração ficou assim organizada:
- Governador;
- Secretaria Geral;
- Consultor Jurídico;
- Serviço de Administração;
- Serviço de Segurança;
- Serviço de Educação e Cultura;
- Serviço de Saúde e Saneamento;
- Serviço de Organização e Fomento de Produção;
- Serviço de Engenharia e Obras;
- Serviço de Finanças e Contabilidade;
- Imprensa Oficial;
- Serviço de Geografia e Estatística.
Cada
órgão pelo mesmo decreto nº 01, foram dadas as suas atribuições
administrativas.
A 06 de
maio de 1945, é publicada a primeira edição da “Gazeta Oficial do Território”,
sendo que antes, os atos do governo vinham sendo publicados no órgão local, “A
Folha do Povo”.
O
Coronel Noronha, assumindo o governo do Território, desconfiava de tudo e de
todos. Para ele ser Pontaporense era
sinal de reserva, mesmo sem favores, faça-lhe justiça – foi um organizador.
Pontes
em muitos rios, núcleos Coloniais em Dourados, em Camapuã, Itaporã, escolas
primárias, diurnas, noturnas, escola normal10
na cidade de Ponta Porã, abertura de estradas e outros melhoramentos existente
no Território, são obras que lhe dizem
respeito.
Também
foi amigo e defensor dos pobres. A pedido teve a sua exoneração a 17 de novembro
de 1945, seguindo para o Rio de Janeiro.
Foi
substituído pelo Major José Guiomar dos Santos, que do Rio de Janeiro, chegou a
ponta Porã a 24 do mesmo mês de novembro, entrando no exercício das suas funções, pelo qual respondia na sua ausência
o Diretor de Educação e Cultura, Professor Leônidas Horta Macedo.
Culto e
inteligente e de princípios verdadeiramente democráticos, era de espera-se de
Sua Excia. Um governo empreendedor, mas a 24 de fevereiro de 1946, foi nomeado
para o Território Federal do Acre. O
seu governo no Território Federal de Ponta Porã, foi de pouca duração.
Foi
nomeado o Dr. José Alves de Albuquerque, médico de comissão de limites
Brasil-Paraguai, para substituí-lo.
Infelizmente
o Artigo 8º das Disposições Transitórias
da nova Constituição Federal de
1946, com ofensa ao artigo 3º da mesma Constituição, o extinguiu.
Ora, se
o artigo 3º da Constituição já tinha mantido os Territórios, os quais só podiam
volver ou participar dos Estados dos quais tinham sido desmembrados, mediante
leis especiais; esta mesma Constituição, não podia em Disposição Transitórias,
cuja finalidade, mantendo e respeitando o que se já achava aprovado pelos seus pares, era regulamentar as medidas
que deviam ser postas e em execução, extingui-lo, não podia.
Foi uma
medida arbitrária contra o bom senso
Jurídico, que no caso cabia um mandato de segurança.”
7. Extrato do
Decreto11 Lei Federal nº 5.839 de 21 de setembro
de 1943
Dispõe sobre a
Administração dos Territórios Federais
do Amapá, Rio Branco (Acre), do Iguaçu (Foz do Iguaçu), Guaporé
(Rondonia) e o de Ponta Porã (Mato
Grosso).
O
Presidente da República, usando as atribuições que lhe confere o artigo 180 da
Constituição, Decreta:
Artigo
1º - Os Territórios do Amapá, do Rio Branco, do Guaporé, do Iguaçu e o de Ponta
Porã, criados pelo Decreto nº 5.812 de 13 de setembro de 1943 e com os limites
estabelecidos nos mesmos, terão a seguinte divisão:
9 João Batista de Souza, Evolução Histórica Sul
Mato Grosso, 1949. Capítulo XVI, p.181/185
10 Escola de
Formação de Professores – Curso Magistério.
11 Diário
Oficial Estado de Mato Grosso, 16 de Outubro de 1943, nº 9196, p. 1 e 2 –
Legislação Federal. Arquivo Público CPA. Cuiabá-MT. 1983.
Copia de documento que certificam o período que Nioaque
e Guia Lopes faziam parte do Território
Federal de Ponta Porã - Figura 07,
arquivo do autor
O
Território de Ponta Porã será dividido em sete municípios com as denominações de Porto Murtinho, Bela Vista, Ponta Porã, Dourados,
Maracaju, Porto Esperança, cada um dos cinco primeiros compreenderá a área do
município de igual nome que pertencia ao Estado de Mato Grosso; - o que compreenderá parte dos Municípios de
Maracaju e Nioaque do mesmo Estado, e o sexto compreenderá parte do Município
de Miranda e o sétimo parte do Município de Corumbá, ambos do mesmo Estado.
Artigo
2º - ... a Capital do Território Federal
de Ponta Porã, a cidade de igual nome (cidade de Ponta Porã).
Cópia extraída do original da prefeitura de Nioaque.
Artigo
7º - Cada Município será administrado
por um Prefeito, brasileiro nato, maior de 21 anos e menor de 68 anos, de livre
nomeação e demissão do Governador.
Em
Nioaque, o prefeito que correspondeu por este período foi o Cidadão Antonio
Francisco Xavier, nomeado por Ato nº 4.138/41 pelo Interventor Federal Julio
Muller e o mesmo Município sendo desanexado da área territorial e
Administrativa de Mato Grosso, permanecendo no cargo até a Promulgação da
Constituição de 1946.
Artigo
9º - Compete ao Prefeito:
I.
Elaborar os Projetos de decretos leis nas matérias
de competência do Município
e de sanciona-las depois de aprovadas pelo Governador;
II.
Expedir Decretos leis independentemente da
aprovação previa do Governador, em caso de calamidade ou
necessidade de ordem pública, sujeitando a posteriori o seu ato a aprovação do Governador;
III.
Expedir Decretos, regulamentos, posturas, instruções
e demais atos necessários ao cumprimento das leis e a administração do
Município;
IV.
Organizar de acordo com as normas funcionais e de
contabilidade estabelecidos pela União para os Estados e Municípios, o Projeto
do Orçamento Municipal e Sanciona-lo depois de revisto pelo governador;
V.
Nomear, aposentar, por em disponibilidade, demitir e
licenciar os funcionários e admitir e dispensar extranumerários municipais, impor-lhes penas disciplinares,
respeitando o disposto na Constituição e nas Leis;
VI.
Organizar os serviços públicos municipais e praticar
todos os atos necessários a administração do Município e a sua representação.
Neste
período dos Prefeitos Nomeados pelos Interventores, não havia o funcionamento
do Poder Legislativo, somente do Executivo, logo, governa-se através de
Decretos Leis. Os governos são os que a
História chama de Ditatoriais, Autoritários.
Artigo
25 – A presente Lei entrará em vigor no dia 1º de outubro de 1943, revogando as
Disposições em Contrário.
Rio de
Janeiro, 21 de Setembro de 1943, 122º da Independência, 53º da República.
Getúlio Vargas; Alexandre
Marcondes; Souza Costa; Pinto Guedes; Henrique Guilherme; João de Mendonça Lins;
Osvaldo Aranha; Apolônio Sales; Gustavo Capanema. Joaquim Pedro Salgado.
Mapa, adaptação do autor.
Considerando o Estado
Atual de Mato Grosso
Do Sul, pode-se fazer a
leitura da divisão
territorial do Território
Federal de Ponta Porã,
Cuja a capital era a
cidade de Ponta Porã e entre os municípios encontrava-se GLL. Figura 08 – Arquivo do autor
8 Ainda, da Câmara Municipal de Nioaque para o
Distrito de Guia Lopes da Laguna
No dia
01 de dezembro de 1945 até 02 de Janeiro de 1946, tem-se a transferência do
Cargo de Prefeito ao Senhor Juiz de Paz em Exercício, João Siqueira. “No dia 01 de dezembro de 1945, as dezessete
horas, no edifício da Prefeitura Municipal de Nioaque, de conformidade com o
telegrama nº 952/gg de 01.12.45, transfere o cargo de `Prefeito Municipal deste
Município do Senhor Antonio Francisco Xavier ao Senhor Juiz de Paz em
exercício, João Siqueira.
No
dia 02 de Janeiro de 1946, procede novamente a transferência do Cargo de
Prefeito para o Cidadão Antonio
Francisco Xavier, o qual permanece até
30 de novembro de 1947. “Nesta data de 02 de Janeiro de 1946 as nove
horas, no edifício da Prefeitura Municipal de Nioaque de conformidade com o
despacho telegráfico gg 1.108 de 29 de dezembro de 1945, do Exmo Senhor
Governador Substituto, Dr. Valério Caldas Magalhães, transferindo o cargo de
Prefeito Municipal de Nioaque, do MM.
Juiz de Paz, João Siqueira ao Senhor Antonio Francisco Xavier.”
É o
fim do Estado Novo e o início da Redemocratização do Brasil, com a promulgação
de uma nova Constituição Federal, Estadual e Leis Municipais.
Na
Capital Federal, assume o novo Presidente eleito, Eurico Gaspar Dutra, filho
natural de Cuiabá, Capital do Estado de Mato Grosso, governando no período de
1946 a 1951.
No
dia 30 de novembro de 1947, com mandato até 03 março de 1951 foi empossado o
primeiro Prefeito eleito e respectivo Poder Legislativo, após o período
dos Governos dos Interventores Federais
no Estado, do Exmo. Sr. Dr. Getulio Vargas, o Senhor João Souza Rangel.
Nesta
ocasião também tomaram posse os seguintes vereadores:
Dr. Zeno Resstel;
Asterio Nogueira;
Otavio Vaz de Campos;
Sebastião David de Medeiros;
José de Melo;
Américo Bernardo;
Bartolomeu de Andréa.
Vereadores Suplentes que assumiram a função: Antonio de
Oliveira Flores no lugar de José de Melo e Lindolfo Souza Oliveira no lugar
de Otavio Vaz de Campos.
9. Criação das
Escolas Municipais na Fazenda Santa Fé e
Escolas Reunidas Visconde de Taunay
e Escola Evangélica – As primeiras Escolas
Escola
Rural Mista de Santa Fé Figura 09 e arquivo do autor
No dia 23 de novembro de 1948, na sessão da Câmara
de Vereadores foi aprovado o Projeto de Lei do Executivo Municipal Souza Rangel
com solicitação dos moradores do Distrito de Paz de Guia Lopes da Laguna a criação de duas Escolas, uma na Fazenda Santa Fé e outra na
Fazenda Ruano com respectivos cargos de professores municipais, com vencimentos
de CR$ 400,00 (quatrocentos cruzeiros)
mensais.
Estado de Mato Grosso
Prefeitura municipal de Nioaque
Lei nº 20 de 25 de novembro de 1948
Cria
escolas municipais e dá outras providências
O
PREFEITO MUNICIPAL DE NIOAQUE
FAÇO
SABER que a Câmara Municipal decreta e
eu sanciono a seguinte lei:
Art.
1º Ficam criadas duas escolas Municipais localizadas, uma na Fazenda Santa Fé e
a outra na Fazenda Ruano, neste Município.
Art.
2º Ficam criados dois cargos de professores primário municipal, com vencimento
mensais de Cr$ 400,00 (quatrocentos cruzeiros).
Art.
3º Esta lei entrará em vigor a 1º de
Janeiro de 1949, revogando as disposições em contrário
Prefeitura
Municipal de Nioaque, 25 de novembro de 1948
João
Souza Rangel
Prefeito
Municipal
No
dia 09 de Maio de 1949, a Câmara Municipal de Vereadores do município de
Nioaque, aprovam o Projeto de Lei sobre a transferência da Escola Municipal da
Fazenda Ruano para a Vila de Guia Lopes
da Laguna. Tem-se também a aprovação da
criação das Escolas Reunidas Visconde de Taunay e Escola Particular Ensino
Evangélico, também em Guia Lopes da laguna.
Aprovado também a Criação do Distrito de Paz de Guia Lopes da Laguna.
10.
Á Margem do Rio Miranda
A
fotografia12 ao lado registra na década
de 1950, a presença de um grupo de pescadores turista ao lado com o Senhor
Abílio Barbosa, que foi comerciante em Guia Lopes, Casa Santo Antonio e casado
com Áurea Barbosa. Figura arquivo. 10
O caminho que dava
acesso entre a margem direita (Guia
Lopes da Laguna) e a Margem esquerda (Jardim), (antiga área da Fazenda Jardim)
antes que o Destacamento militar de Engenharia de construções de estradas
construíssem a ponte velha sobre o rio Miranda, interliga as s duas cidades, a
passagem era realizada em percurso por
dentro do Rio. O local de passagem era
próxima a Fazenda Jardim, um quilometro abaixo da ponte nova na rodoviA
a
margem do Rio Miranda por muitos anos os transeuntes e pescadores encontravam
objetos de guerra, entre outros, espadas, baionetas. Espadas que provavelmente foram enterradas
na margem do rio e com os processos de erosão foram arrancadas e deixadas
expostas.
11. A caminho da Emancipação
No dia 03
de Março de 1951, com mandato até 31 de Janeiro de 1955, realizou-se a posse do
novo Prefeito eleito e respectiva Câmara
Municipal de Vereadores do Município de Nioaque.
Foi
eleito Prefeito o Cidadão Marcelino Lessonier.
Vereadores:
Antonio de Oliveira Flores;
Asterio Nogueira;
Dario Pires Peixoto;
Paulo Pinto Gonçalves;
Crispiniano Alves da Cunha;
Publio Gomes da Silva;
Zeno Resstel.
Vereador
suplente que assumiu a função: Ary Medeiros substituiu Asterio Nogueira e Zeno
Resstel substituído por Elio Ferreira Lima. A posse foi realizada na presença do MM. Juiz Eleitoral de Aquidauana,
Dr. João Lacerda de Azevedo.
Dia
14 de maio de 1951, a sessão da Câmara acusa o recebimento do Telegrama da
Câmara Municipal de Ponta Porá, solicitando a Câmara Municipal de Nioaque, o
apoio desta Municipalidade para o projeto de restauração do Território Federal
de Ponta Porá. A resposta da Câmara
Municipal de vereadores do Município de Nioaque enviada também através de
telegrama, apoiando o projeto de restauração do Território Federal de Ponta
Porã.
Dia
19 de Junho de 1951, a
Câmara Municipal de Vereadores de Nioaque votam a criação da Sub-Prefeitura de
Guia Lopes da Laguna, projeto
encaminhado pelo Prefeito Souza Rangel em razão de solicitações da população
residente no Distrito de Paz de Guia Lopes da Laguna, Projeto este que só foi aprovado na sessão do
dia 1º de novembro do mesmo ano, sendo indicado o Senhor Deoclides Grubert
Machado para o cargo de Sub-Prefeito.
Na
sessão da Câmara Municipal de 10 de outubro de 1953, foi lido o pronunciamento
do Presidente da Comissão dos Municípios, solicita a Câmara um pronunciamento sobre a transformação do
Distrito de Paz de Guia Lopes da Laguna, levando a categoria de Município. Estudos foram realizados, concretizando no
dia 11 de Dezembro de 1953, com a
criação do Município, desmembrando do território do Município de Nioaque.
Lei Estadual 678/53 cria o município de Guia
Lopes da Laguna, sendo o quarto município na ordem de desmembramento: Campo
Grande (1899), Bela Vista (1908), Maracaju (1928) Guia Lopes da Laguna (1953).
Reunião
Política em Guia Lopes
da Laguna no dia 6 de agosto de 1954, com a Presença do Dr. Fernando Correa da
Costa. Imagem Leonor Flores. Fig 11. Imagem cópia do autor
Lista com os nomes dos primeiros da escola mista Visconde
Taunay. Onde hoje é o salão paroquial. Lista com os nomes dos primeiros da escola mista Visconde
Taunay. Onde hoje é o salão paroquial.
1
Nome
|
Ano Nasci mento
|
Filiação
|
Adão Lopes
|
1935
|
Ramão Barbosa
|
Basílio Alonso
|
1934
|
Petronilio Alonso
|
Carlos Bertole
|
1938
|
Miguel Bertole
|
Celeido de Freitas
|
1937
|
Pompilho de Freitas
|
Cirilo Pinto
|
1938
|
Ladislau Pinto
|
Dejalma Souza Dias
|
1940
|
Atalibio Souza Dias
|
Elci Mereles
|
1939
|
João Mereles
|
Felipe Ferreira Soares
|
1939
|
Venâncio Ferreira Soares
|
Germano Coeno
|
1938
|
Vicente G. Coeno
|
Gercino Barbosa
|
1935
|
Vicente Barbosa
|
Hermes Lopes
|
1940
|
Marcos Lopes
|
Jair Pires
|
1933
|
Adão Pires
|
Jalde R. Ianh
|
1939
|
José Ianh
|
Jeldo Acosta
|
1940
|
Dorvalino Acosta
|
Luiz Lopes
|
1939
|
Marcos Lopes
|
Luiz Geller França
|
1939
|
Joaqui I. França
|
Lucio Pinto
|
1937
|
Ladislau Pinto
|
Matias Fernandes
|
1937
|
Maria Eulofia
|
Ramona Reinaldo
|
1936
|
João Reinaldo
|
Rosa de Carvalho
|
1933
|
Benicio de Carvalho
|
Silvia Pinto
|
1940
|
Ladislau Pinto
|
Tomasia da Costa
|
1934
|
Cláudio de Andrade
|
Zilda Lopes
|
1936
|
Julio Alves da Cunha
|
Antonio R. Lima
|
1934
|
Aires R. Ferreira
|
Carlos M de Arruda
|
1939
|
Apluniano de Arruda
|
Ider Américo Garcete
|
1938
|
João Antonio Garcete
|
Iran Garcete
|
1939
|
João Antonio Garcete
|
Idalencio Reinoso
|
1934
|
Neném Reinoso
|
José R. Ianh
|
1937
|
José Ianh
|
Jetro Acosta
|
1938
|
Dorvalino Acosta
|
Josué Barbosa
|
1934
|
Turíbio Barbosa
|
Placidio Freitas
|
1935
|
Pompilio Freitas
|
Nilton de Carvalho
|
1936
|
Benicio de Carvalho
|
Nelson Fernandes
|
1934
|
Emeliano
Reinoso Fernandes
|
Oleriano de Souza
|
1938
|
Manoel Carneiro de Souza
|
Sebastião de Carvalho
|
1936
|
Benicio de Carvalho
|
Alicia de Araújo
|
1939
|
Antonio de Araujo
|
Brígida Ferreira
|
1935
|
Rodolfo Ferreira
|
Celedina de Freitas
|
1939
|
Pompilio de Freitas
|
Catarina Ferreira
|
1934
|
Venâncio Ferreira
|
Cassiana Loveira
|
1937
|
Salvador Cuervo
|
Cleusa Dantes Cruz
|
1936
|
José Manoel da Cruz
|
Celadir M. Bertole
|
1938
|
Miguel Bertole
|
Conceição de Assis
|
1936
|
Deoclides de Machado
|
Eva Lopes
|
1935
|
Julio Alves da Cunha
|
Elcia Ferreira
|
1934
|
Rodolfo Ferreira
|
Éster Barbosa
|
1936
|
Gregório Barbosa
|
Genir Barbosa
|
1934
|
Vicente Barbosa
|
Higinia Alonso
|
1936
|
Petronilio Alonso
|
Iraildes Grego
|
1938
|
Ataíde Grego
|
Ilza Bertole
|
1939
|
Túlio Bertole
|
Ivanildes Dantas Cruz
|
1940
|
José Manoel da Cruz
|
Jeraci Barbosa
|
1940
|
Vicente Barbosa
|
Margarida Monteiro Costa
|
1932
|
José Rodolfo da Costa
|
Maria Tereza Coelho
|
1940
|
Luciano Nunes Coelho
|
Nilce de Assis
|
1938
|
Rita de Souza
|
Nilza Terezinha
|
1938
|
João Reinaldo
|
Wilson dos Santos
|
1939
|
José S. Felix
|
Alzira Lopes
|
1937
|
João de Souza
|
Cacilda França
|
1937
|
Joaquim França
|
Beraci A. Lara
|
1939
|
Raimundo Nonato de Lara
|
Deurides R. Lima
|
1937
|
Aires R. de Lima
|
Elza Lopes
|
1937
|
João Lopes de Souza
|
Efigênia Marçal Mendonça
|
1936
|
Marcos Mendonça
|
Hilda Quevedo
|
1934
|
Justino Quevedo
|
Leonor Barbosa
|
1937
|
Basílio Barbosa
|
Maria França
|
1935
|
Joaquim da S. França
|
Olga M. De Souza
|
1935
|
Augusto V. de Souza
|
Petonilia Araújo
|
1936
|
Antonio Araujo
|
Ramona Alzimira
|
1937
|
Antonio de Castro
|
Zebina Maria Ortega
|
1936
|
Lourença Pinto
|
Olga M. De Souza
|
1935
|
Augusto V. de Souza
|
Petonilia Araújo
|
1936
|
Antonio Araujo
|
Ramona Alzimira
|
1937
|
Antonio de Castro
|
Zebina Maria Ortega
|
1936
|
Lourença Pinto
|
Denir Lima
|
1933
|
Aeres R. Lima
|
Dionizia Lopes
|
1937
|
Germano Cabral
|
Elza Lopes
|
1935
|
Marcos Lopes
|
Gelsa R. Ianh
|
1936
|
José Ianh
|
Margarida Trefzger
|
1937
|
Franz Trefzger
|
Maria Aide M. de Souza
|
1935
|
Augusto V. de Souza
|
Olga Trefzger
|
1934
|
Franz Trefzger
|
Aroldo Fernandes
|
1937
|
João Fernandes
|
Aquino Pinto
|
1933
|
Ladislau Pinto
|
Lormindo Lopes
|
1934
|
João de Souza
|
Santa Barbieri
|
1936
|
Bernardino Barbieri
|
Aníbal Piazer
|
1939
|
Nicanor Piazer
|
Lorença Gonsalves Barbosa
|
1935
|
Urbano Gonsalves Barbosa
|
Emiliana Ramiro
|
1938
|
Narciso Ramiro
|
Rubilar Castro
|
1940
|
Maria Castro
|
Silvino Ferreira
|
1936
|
Pedro Ferreira
|
Flamiano Dias
|
1937
|
Elisio Dias
|
Valdeci Correia da Silva
|
1937
|
Severino Campelo
|
Manuel Luiz da Silva
|
1936
|
João Luiz Pereira
|
Henrique Aristimunha da Costa
|
1936
|
João Aristimunha
|
Vitor de Oliveira
|
1940
|
Nazaré A. de Oliveira
|
Euretes Lopes Araújo
|
1936
|
Marcos Lopes
|
Eunice Marchal
|
1935
|
Eduvirgem Marchal
|
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