O Filme “A Alma do Brasil”
Na identidade da “Alma do Sul-mato-grossense”
A Retirada da Laguna, 150 anos – 1867-2017
Mato Grosso do Sul 40 Anos – 1977 – 2017
Por Prof. Ms. José Vicente Dalmolin
NOTA PARA A VERSÃO EDITADA COM LEGENDAS E SONORIZAÇÃO
Introdução
O Filme “Alma do Brasil”, é considerado o primeiro filme realizado no Estado de Mato Grosso uno: A Capitania de Mato Grosso, no Brasil, foi criada pela Coroa portuguesa em 9 de maio de 1748, desmembrando-se do território da Capitania de São Paulo. Com a Independência do Brasil, em 1822 passou a denominar de “Província”. Com a Proclamação da República passou a “Estado de Mato Grosso”. Em 11 de outubro de 1977, foi dividido o território, transformando-se em dois Estados da Federação do Brasil: Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
Trata-se de uma película rodada em 1931, com direção de Líbero Luxardo, que interpreta o coronel Carlos de Moraes Camisão e está baseado no livro do Oficial brasileiro Alfredo Maria Adriano d'Escragnolle Taunay, Visconde de Taunay, “A Retirada da Laguna”, um dos episódios que ocorreu com as Forças Brasileiras em Operações no Sul da Província de Mato Grosso, no confronto conhecido como Guerra do Paraguai, ou seja, Brasil, Argentina, Uruguai contra as ofensivas da República do Paraguai, entre 1864-1870, mais especificamente, uma operação militar, no comando do Coronel Camisão, que marcharam da Vila de Miranda à Nioac, à Colônia Militar de Miranda, à fronteira Brasil-Paraguai pelo Rio Apa, deste em território paraguaio, ao Forte de Bella Vista, à Invernada de Criação de gado, conhecida como “Laguna” hoje, “Estancia Arroyo Primero” em 1º de maio de 1867 e o recuo deste ponto até Porto Canuto, no rio Aquidauana.
Foco Primeiro:
O Enredo do Filme inicia com os combates no dia 6 de maio ao acampamento paraguaio, o qual ficou conhecido como “Acârâbebo”.
Prossegue com a marcha de Retirada da Invernada em 8 de maio e termina com o falecimento do Comandante, Coronel Camisão, em 29 de maio de 1867, no acampamento à margem esquerda do rio Miranda, nas proximidades do atual Cemitério dos Heróis da Retirada da Laguna, no município de Jardim-MS.
Cenários:
Ø A marcha dos Retirantes pelos campos sujos;
Ø Os incêndios provocados como tática paraguaia;
Ø A Cavalaria Paraguaia;
Ø A Epidemia do Cholera Morbus;
Ø O abandono dos Cholericos, Cambaracê;
Ø As mulheres, negros, crianças...;
Ø A atuação de José Francisco Lopes, o Guia Lopes;
Ø O Coronel Carlos de Moraes Camisão, suas lutas e suas despedidas, falecimento;
Foco Segundo:
Tratando-se de uma produção do início da década de 1930, cuja o cenário político a “Era de Getúlio Vargas” e as polêmicas no contexto Nacional. Em conjuntara mato-grossense tem o envolvimento do alto Comando Militar da 9ª Circunscrição Militar, hoje 9ª Região Militar, sediada em Campo Grande, era chefiado pelo general Bertoldo Klinger.
Abertura são imagens documentais da época. Na primeira parte, em Campo Grande, paisagem de ecossistemas, tropas do Exército, que forneceram infraestrutura material para a realização da película, aparecem percorrendo os mesmos caminhos trilhados pelos brasileiros durante a Retirada da Laguna. Nesse momento, os destaques são as cenas em que o general Klinger e o seu comando visitam os túmulos do coronel Camisão, Juvêncio e de José Francisco Lopes, o Guia Lopes, na região de Jardim, manobra de transposição do Rio Miranda, pelo vau de antigo acesso, (antes da construção da primeira ponte, Ponte Velha, Guia Lopes da Laguna-Jardim), da Fazenda Jardim ao “Cemitério dos Heróis. Diga-se de passagem, neste período as cidades, município de Guia Lopes da Laguna e Jardim, ainda não existiam.
Quanto ao desfecho, o diretor fixou a sua câmara em imagem de uma parada militar, no Quartel em Campo Grande, nas tropas da 9ª Região Militar em posição de marcha unida pronta para o combate.
Apesar de ser um filme mudo, é possível perceber que haviam diálogos entre os personagens e os soldados cantavam, possivelmente, uma canção militar à pátria brasileira.
As cenas que se seguem mostram os brasileiros, extenuados por fome e doenças, sendo perseguidos pelos paraguaios que matam os atacados pela cólera (deixados no Cambaracê, ao apelo de compaixão para cm os coléricos) e uma mãe que tem o seu pequeno filho abandonado numa choupana prestes a ser devorada pelo fogo. O ápice da dramaturgia ocorre quando os paraguaios cercam os comandados do coronel Camisão e ateiam fogo na vegetação, as macegas, que cobria os campos sujos desta época e a tragédia da sua morte sobre o flagelo que atacou as suas tropas, o Cholera morbus.
Foco Terceiro:
A produção cinematográfica levanta questões tanto do passado histórico, quanto do presente a década de 1930, o comandante general Klinger, quando colocou recursos materiais do Exército na produção de um filme nacionalista sobre os feitos brasileiros no conflito militar contra o Paraguai na região sul mato-grossense, estaria reforçando as crenças da nacionalidade e, ao mesmo tempo, criando as condições políticas para desempenhar o papel que protagonizou durante a chamada Revolução paulista de 1932.
Este movimento revolucionário, culmina com a iniciativa da criação do “Estado de Maracaju” (uma divisão do território mato-grossense) nome dado ao novo Estado federativo brasileiro que existiu sem autorização da União de 10 de julho a 2 de outubro de 1932, durante as agitações da Revolução Constitucionalista de 1932.
Território que hoje ocupa o Estado de Mato Grosso do Sul. Teve como seu governador o então ex-prefeito de Campo Grande, Dr. Vespasiano Barbosa Martins. Durante a Revolução Constitucionalista, o sul de Mato Grosso apoiou a causa paulista, na pessoa do general Bertoldo Klinger. Com o fim da revolução e a vitória militar do governo central, o Estado foi dissolvido e seus responsáveis punidos.
Foco Quarto:
Com um propósito Educacional, Celebração dos 150 anos do Episódio da Retirada da Laguna (1867-2017) e 40 anos da divisão do Estado de Mato Grosso e da Criação do Estado de Mato Grosso do Sul (1977-2017) tive a iniciativa de dar um pouco mais de vida a este épico cinematográfico, mantendo as imagens originais, inserir legendas para alguns contextos e possíveis diálogos, a partir de pesquisas e estudo das obras de Visconde de Taunay.
Um segundo ponto, por tratar-se de um filme silenciosos, ou mudo, inserir uma trilha musical, tendo como arquivos musicais, a canção do Hino de Mato Grosso do Sul, que carrega a identidade cultural na composição da letra.
Canção de Paulo Simões e Almir Sáter, Sonhos Guaranis, também canta esta identidade cultural entre Brasil e Paraguai, não como inimigos, canções militares do Exército brasileiro e por fim da monumental produção de César Guerra-Peixe, foi um compositor brasileiro de música erudita, arranjador e estudioso da música brasileira. A retirada da Laguna. Orquestra Sinfônica Nacional da Rádio MEC, CD.
É uma produção de época, com identidade atual.
É uma formatação para ser visualizada via internet, para Celular, tablete, computador. Duração de 55 minutos.
QUER ASSISTIT O ORIGINAL "MUDO"
ALMA DO BRASIL
Outras remetências de título:
FONTE: http://www.bcc.org.br/filmes/silenciosos
RETIRADA DA LAGUNA
Categorias
Longa-metragem / Silencioso
Material original
35mm, BP, 52min34seg, 1.442m, 16q, Vitaphone
Data e local de produção
Ano: 1932
País: BR
Cidade: Campo Grande
Estado: MS
Certificados
Censurado entre 01 e 15.06.1932
Data e local de lançamento
Exibição especial: 1932.07.19
Local exibição especial: Rio de Janeiro
Sala(s): Broadway
Circuito exibidor
Exibido no Rio de Janeiro a 06.08.1932, no Eldorado.
Exibido em São Paulo de 13 a 17 e a 19.02.1933, no Santa Helena; a 14.03, no São José; a 17 e a 21 e 22.03 no Oberdan; a 10.04 no São Pedro e a 06.09.1933 no Glória.
Exibido em Lisboa, Portugal, a 26.01.1933 na sala Ginásio e a 02.12.1933 no Politeama.
Exibido em Manaus a 17.07.1935 na sala Politeama.
Exibido em Belo Horizonte a 16.06.1984, na sala Humberto Mauro, na Mostra de Filmes Recuperados
Sinopse
A paisagem de Mato Grosso é palco para a reconstituição do episódio conhecido como Retirada de Laguna. São lagos, quedas d'água, espécies de animais e a vegetação típica do Pantanal que contrastam com exercícios realizados na cidade por militares. Manobras de oficiais dão início à visita ao túmulo do Cel. Carlos de Morais Camisão. Caminhões oficiais atravessam caminhos de difícil acesso. Os oficiais chegam até o cemitério, onde estão enterradas pessoas envolvidas no episódio, chegam até um monumento para prestar sua homenagem, um túmulo onde está inscrito o ano de 1867. Durante a visita abre-se espaço para a reconstrução dos fatos ocorridos naquele ano, quando o Guia Lopes indicava os caminhos para os retirantes, levando-os para Nioac, lugar que é uma promessa de descanso. Na caminhada, muitos estão doentes e se "arrastam" fugindo. Um deles, um senhor branco, cai de cansaço e pede ajuda para um homem negro, que promete não abandoná-lo. Em rumo incerto os retirantes continuam a caminhada, quando o exército paraguaio coloca fogo na mata cercando os retirantes em uma vila. Mulheres que lá descansam correm do fogo. Uma criança é deixada dentro de uma casa, e sua mãe do lado de fora não consegue voltar impedida pela multidão que foge. Todas as casas são de palha e o fogo as consome rapidamente. Desesperada, a mãe tenta voltar. O comandante se vê no compromisso de buscar a criança e entra na casa salvando-a. A mãe a recebe chorando e agradece ao comandante. No dia 26 de maio de 1867, a coluna de retirantes está em Cambarecê próximo ao Rio Miranda. Cel. Camisão avisa ao comandante que os coléricos seriam abandonados para que os demais pudessem sobreviver. Uma faixa é deixada com os dizeres Compaixão aos Coléricos. Os soldados paraguaios matam todos os doentes que já agonizavam. A morte dos retirantes vai acontecendo um a um, causada pela fome e pela cólera. Cel. Camisão também contrai a doença e morre. No túmulo do coronel, os oficiais que prestam homenagem retornam à cidade e ao quartel. Neste, o evento continua com oficiais cantando junto a orquestra militar.
Gênero
Drama
Termos descritores
História
Descritores secundários
Guerra do Paraguai; Exército; PY; Batalhão de Cavalaria - Força Pública, 2; Desfile
Termos geográficos
MATO GROSSO DO SUL
Produção
Companhia(s) produtora(s): FAM Filmes S.A.
Produção: Luxardo, Líbero; Wulfes, Alexandre
Distribuição
Companhia(s) distribuidora(s): Ideal Filmes
Argumento/roteiro
Roteiro: Luxardo, Líbero
Direção
Direção: Luxardo, Líbero
Assistência de direção: Pereira, Waldir dos Santos
Fotografia
Operador: Wulfes, Alexandre
Montagem
Montagem: Luxardo, Líbero
Música
Música (Genérico): Jorge, Bichara
Locação: Nioaque - MS; Jardim - localidade; Bela Vista - localidade; Campo Grande - MS
Identidades/elenco:
Luxardo, Líbero (Coronel Camisão)
Ribas, Antonio (Capitão Lago)
Souza, Octaviano (Dr. Gesteira)
Xavier, Francisco (Guia Lopes)
Milton, João (Ordenança Salvador)
Souza, Daniel de (Oficial)
Adolfo, Egon (Médico)
Ferreira, Conceição (Mulher)
Almeida, Sátiro de
Candido, Antonio (Mascote)
Amaral, Amadeu (Cabo Amaral)
Oliveira, B. (Compadre)
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